Efeitos Secundários

Efeitos Secundários Possíveis

Tendo em conta que, provavelmente, o tratamento do cancro danifica células e tecidos saudáveis surgem, assim, os efeitos secundários. Alguns efeitos secundários específicos dependem, principalmente, do tipo de tratamento e sua extensão (se são tratamentos locais ou sistémicos). Os efeitos secundários podem não ser os mesmos em todas as pessoas, mesmo que estejam a fazer o mesmo tratamento. Por outro lado, os efeitos secundários sentidos numa sessão de tratamento podem mudar na sessão seguinte. O médico irá explicar os possíveis efeitos secundários do tratamento, e qual a melhor forma de os controlar.

Quimioterapia

A quimioterapia afecta tanto as células normais como as cancerígenas.

Os efeitos secundários da quimioterapia dependem, principalmente, dos fármacos e doses utilizadas. Em geral, os fármacos anti-cancerígenos afectam, essencialmente, células que se dividem rapidamente, como sejam:

  • Células do sangue:  estas células ajudam a "combater" as infecções, ajudam o sangue a coagular, e transportam oxigénio a todas as partes do organismo. Quando as células do sangue são afectadas, havendo diminuição do seu número total em circulação, a pessoa poderá ter maior probabilidade de sofrer infecções, de fazer "nódoas negras" (hematomas) ou sangrar facilmente, podendo, ainda, sentir-se mais fraca e cansada.
  • Células dos cabelos/pelos: a quimioterapia pode provocar a queda do cabelo e pelos do corpo; no entanto, este efeito é reversível e o cabelo volta a crescer, embora o cabelo novo possa apresentar cor e "textura" diferentes.
  • Células do aparelho digestivo:  a quimioterapia pode causar falta de apetite, náuseas e vómitos, diarreia e feridas na boca e/ou lábios; muitos destes efeitos secundários podem ser controlados com a administração de medicamentos específicos.

Alguns fármacos anti-cancerígenos podem, ainda, afectar a fertilidade, feminina e masculina.

No caso das mulheres, se os ovários deixarem de produzir hormonas como, por exemplo, os estrogénios, poderá apresentar sintomas de menopausa: afrontamentos e secura vaginal. Os períodos menstruais podem tornar-se irregulares ou mesmo parar podendo, ainda, ficar infértil, ou seja, incapaz de engravidar. Se tiver idade igual ou superior a 35 anos, é provável que a infertilidade seja permanente; por outro lado, se permanecer fértil durante a quimioterapia, a gravidez é possível. Os homens podem parar de produzir esperma. Como estas alterações podem ser permanentes, alguns homens congelam e armazenam os seus espermatozóides, antes do tratamento. A maioria das crianças que fizeram tratamento para a leucemia parecem ter uma fertilidade normal, quando crescem. No entanto, dependendo dos fármacos e das doses usadas, e da idade do doente, alguns rapazes e raparigas podem vir a ser inférteis, quando adultos.

Como não são conhecidos os efeitos secundários da quimioterapia, no feto, antes de iniciar o tratamento deverá sempre falar com o médico, relativamente à utilização de métodos contraceptivos eficazes.

Tendo em conta que os tratamentos direccionados (por vezes usados para a leucemia mielóide crónica) afectam apenas as células cancerígenas, provocam menos efeitos secundários do que a maioria dos outros fármacos anti-cancerígenos.

Imunoterapia

Os efeitos secundários da imunoterapia dependem do tipo de substâncias usadas e variam de doente para doente. É comum haver erupções cutâneas ou inchaço, no local da injecção. Também podem ocorrer sintomas do tipo da gripe. A equipa médica pode monitorizar o sangue, para detectar sinais de anemia e de outros problemas.

Radioterapia

Durante a radioterapia, poderá sentir-se muito cansado, particularmente nas últimas semanas de tratamento. O descanso é importante, mas, geralmente, o médico aconselha as pessoas a manterem-se activas, dentro do possível.

Os efeitos da radioterapia, na pele, são temporários, e a zona irá sarar, gradualmente, assim que termine o tratamento. Pode, no entanto, haver uma alteração duradoura na cor da pele. Se também for administrada quimioterapia, em simultâneo, os efeitos secundários podem ser agravados. O médico poderá sugerir formas de atenuar estes efeitos.

Transplante de Células Estaminais

As pessoas com leucemia, que fazem transplante de células estaminais, podem ter infecções e perda de sangue. Adicionalmente, em pessoas que recebam células estaminais de um dador, pode haver rejeição, chamando-se "doença do enxerto versus o hospedeiro" (GVHD). Nesta situação, as células estaminais doadas "atacam" os tecidos da pessoa que as recebe. Geralmente, esta doença (GVHD) afecta o fígado, a pele ou o aparelho digestivo; pode ser grave, ou até fatal, e pode ocorrer em qualquer altura depois do transplante, mesmo anos mais tarde. Há medicação que pode ajudar a prevenir, tratar ou controlar este processo de rejeição (GVHD ).

Cuidados de Suporte

A leucemia, bem como o seu tratamento, podem provocar outros problemas de saúde, como infecções, anemia e hemorragias. Para prevenir ou controlar estes problemas, e para melhorar o conforto e qualidade de vida da pessoa, durante o tratamento, podem ser prestados cuidados de suporte. Para prevenir as infecções, podem ser administrados antibióticos e outros fármacos, como factores de crescimento das células do sangue. Nesta fase, é conveniente evitar multidões, pessoas com constipações e outras doenças contagiosas; se uma infecção se desenvolver, pode ter consequências graves: deve ser tratada imediatamente. Para fazer o tratamento, a pessoa pode ter necessidade de ficar hospitalizada. Para tratar a anemia e as hemorragias, pode ser necessário receber transfusões de glóbulos vermelhos, para os ajudar a ter mais energia, e transfusões de plaquetas, para reduzir o risco de hemorragia grave.

Os cuidados dentários também são muito importantes. A leucemia e a quimioterapia podem tornar a boca sensível, com propensão para infecções e maior facilidade em ter hemorragias. Geralmente, os médicos aconselham a pessoa a fazer um exame dentário completo e, se possível, a fazer os tratamentos dentários antes de iniciar a quimioterapia. O dentista explicará o que deve ser feito, para manter a boca limpa e saudável, durante o tratamento.


Fonte: National Cancer Institute • Com o apoioRoche

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