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trataMento do cancro da larInge                                   45




            fatores do próprio doente, como a idade e doenças gerais, que podem contrain-
            dicar certas laringectomias parciais.
                  Existem vários tipos de laringectomias parciais. As mais frequentes são
            as seguintes:
                  •  Laringectomia frontolateral, em que se retira uma corda vocal, a co-
                     missura anterior (zona de junção das duas cordas vocais) e um terço
                     da outra corda vocal, bem como uma zona de cartilagem junto à co-
                     missura anterior. Normalmente, necessitam do traqueostoma durante
                     10 a 12 dias e de uma sonda nasogástrica durante o mesmo período.
                  •  Laringectomia horizontal supraglótica, em que se retira toda a laringe
                     acima das cordas vocais (epiglote, bandas ventriculares e espaço pré-
                     -epiglótico). Normalmente, necessitam do traqueostoma durante 15 dias
                     e de uma sonda nasogástrica durante um período ligeiramente maior
                     (mais ou menos 20 dias).
                  •  Laringectomias horizontais supracricoideias, na forma de cricohioidoe-
                     piglotopexia (CHEP) ou de cricohioidopexia (CHP). Na CHEP, excisam-
                     -se as duas cordas vocais; na CHP, excisam-se as duas cordas vocais,
                     a epiglote, o espaço pré-epiglótico e as bandas ventriculares. Normal-
                     mente, necessitam do traqueostoma durante 7 a 10 dias e de intuba-
                     ção nasogástrica durante um mês. No entanto, o período da intubação
                     varia de paciente para paciente.


                  A laringectomia total é uma cirurgia para tratamento de tumores avançados
            da laringe, em que é necessário retirar toda a laringe para se excisar completa-
            mente o tumor. Após a laringectomia total, a via respiratória e a via digestiva dos
            doentes é separada (veja-se a figura seguinte). Após a cicatrização, a alimentação
            pela boca mantém-se mas a respiração passa a ser feita através do traqueosto-
            ma, que corresponde à ligação direta entre a traqueia e a pele do pescoço. Este
            traqueostoma é definitivo, não podendo nunca ser encerrado. Normalmente, os
            doentes usam uma cânula de traqueostomia rígida no pós-operatório imediato,
            podendo esta ser mudada por uma cânula de traqueostomia de silicone mole,
            depois de passada essa fase.
                  A cirurgia de laringectomia total é muitas vezes acompanhada pela remo-
            ção dos gânglios do pescoço. Trata-se de uma grande cirurgia, efetuada median-
            te um corte no pescoço, sob anestesia geral. Requer um internamento durante
            12 dias, se não houver complicações. Nestes 12 dias, os pacientes mantêm uma
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